O tema da competência e do papel dos géneros no desenvolvimento pessoal e profissional está intrinsecamente ligado às exigências e aos desafios da sociedade contemporânea. A afirmação de que é extremamente útil para os homens desenvolverem um alto nível de competência numa área específica, tanto como processo disciplinar quanto como aspeto de valorização pessoal, é fundamental para compreender os fatores que moldam a identidade masculina. Simultaneamente, a ideia de que as mulheres são encorajadas a priorizar a carreira sobre outros aspetos da vida levanta questões importantes sobre a narrativa social imposta e as escolhas individuais. Este texto aborda estas duas dimensões, explorando os impactos e as implicações de cada uma para homens e mulheres no contexto atual.
A Competência como Pilar Masculino
Para os homens, desenvolver um elevado nível de competência numa área específica não é apenas uma questão de habilidade técnica ou sucesso profissional, é também uma forma de construir disciplina, confiança e propósito. A competência é admirada por outros homens, não apenas pelo que representa em termos de resultados, mas também pelo que simboliza em termos de dedicação, resiliência e superação de desafios.
A disciplina necessária para alcançar um nível elevado de competência, ensina valores como consistência, esforço e foco. Num mundo onde as distrações são constantes e a gratificação instantânea é amplamente procurada, o processo de se tornar competente exige uma resistência de imediato e uma dedicação a longo prazo. Esta jornada, por si só, transforma os homens em indivíduos mais focados e determinados.
Adicionalmente, a competência confere aos homens um sentido de identidade e valor pessoal. No passado, o papel tradicional masculino estava frequentemente associado ao sustento e à proteção da família. Hoje, enquanto estas responsabilidades continuam a ser relevantes para muitos, os homens são desafiados a redefinir o que significa ser um “homem completo” num contexto onde as normas de género estão em constante evolução. Tornar-se altamente competente em algo, proporciona uma base sólida para este processo de auto definição.
Por outro lado, a competência é também um fator de admiração entre pares. Os homens frequentemente avaliam-se uns aos outros com base nas suas habilidades e realizações. Este reconhecimento mútuo de competência cria laços de respeito e camaradagem, que são fundamentais para o bem-estar emocional e social.
A Pressão Social sobre as Mulheres e a Prioridade da Carreira
Enquanto os homens são muitas vezes incentivados a focar-se em desenvolver competência, as mulheres enfrentam uma narrativa social que prioriza a carreira acima de quase tudo. Desde cedo, muitas mulheres são impelidas a acreditar que a realização profissional é o auge da realização pessoal. No entanto, esta narrativa não reflete necessariamente a realidade da maioria das mulheres, nem mesmo da maioria das pessoas.
A crença de que a carreira deve ser o centro da vida pode ser empoderadora para algumas mulheres, mas limitadora para outras. Esta visão ignora o facto de que as pessoas têm valores, interesses e prioridades diferentes. Para algumas mulheres, a carreira pode ser o foco principal, enquanto para outras, a família, as relações pessoais ou outras formas de contribuição social podem ter maior significado.
Além disso, a ideia de que a carreira deve ser a prioridade máxima desvaloriza implicitamente outros papéis que as mulheres desempenham, como o de mães, cuidadoras ou líderes comunitárias. Estas funções, frequentemente subvalorizadas, têm um impacto profundo na sociedade e não devem ser vistas como menos importantes ou menos dignas do que a carreira profissional.
A pressão para priorizar a carreira pode levar a sentimentos de insatisfação e confusão, especialmente quando as mulheres descobrem que o trabalho, por si só, não preenche todas as suas necessidades emocionais e existenciais. Este é um paradoxo enfrentado por muitas mulheres: enquanto se espera que alcancem o sucesso profissional, muitas vezes são criticadas ou vistas como “menos ambiciosas” se escolhem focar-se noutras áreas da vida.
O Equilíbrio e a Verdade Universal
O debate sobre a competência masculina e as expectativas sociais femininas leva-nos a uma verdade universal: a verdadeira realização advém do equilíbrio entre o que fazemos e o que somos. Tanto homens quanto mulheres beneficiam de uma abordagem que valorize a individualidade, em vez de impor narrativas unidimensionais.
Para os homens, desenvolver competência é, sem dúvida, um caminho importante, mas não deve ser visto como o único caminho para a realização. A competência é mais significativa quando acompanhada de empatia, conexão emocional e uma visão integrada da vida. O foco exclusivo no sucesso profissional ou na mestria técnica pode levar ao isolamento emocional e a uma visão limitada do que significa viver plenamente.
Para as mulheres, a liberdade de escolher o que valorizam mais – seja a carreira, a família ou outro aspeto da vida – deve ser central. A sociedade beneficia quando as mulheres têm a autonomia para definir as suas próprias prioridades, sem serem julgadas ou pressionadas por normas culturais. Reconhecer a importância de papéis diversos, desde o profissional ao pessoal, é essencial para criar uma sociedade mais inclusiva e equilibrada.
A Importância da Disciplina e da Escolha Consciente
Ambos os géneros enfrentam desafios únicos e precisam de abordagens personalizadas para superar esses desafios. Para os homens, a competência não é apenas uma questão de habilidade, é um reflexo de disciplina e autodomínio. A disciplina necessária para atingir níveis elevados de competência pode ser aplicada a outros aspetos da vida, desde as relações até à saúde mental.
Para as mulheres, a questão não é apenas sobre a carreira, mas sobre a escolha consciente. A capacidade de decidir o que é mais importante em cada fase da vida – sem ser limitada por expectativas sociais – é o verdadeiro empoderamento. Esta escolha consciente permite às mulheres criar uma vida que reflete os seus valores pessoais e o que realmente importa para elas.
Uma Perspetiva Integrada
A solução para os desafios enfrentados tanto por homens quanto por mulheres, reside numa perspetiva integrada. Para os homens, a competência deve ser vista como uma peça de um puzzle maior que inclui emoções, relações e propósito. Para as mulheres, a carreira deve ser uma das várias possibilidades, em vez de uma obrigação. Ambos os géneros beneficiam quando as suas escolhas e valores são respeitados, e quando têm a liberdade de perseguir a vida que mais lhes faz sentido.
Em última análise, a chave para uma sociedade mais equilibrada e realizada está na aceitação da diversidade de caminhos que homens e mulheres podem seguir. A competência, o propósito e a escolha consciente são universais, mas a forma como se manifestam é única para cada indivíduo. Numa sociedade que valoriza a autenticidade e a individualidade, todos têm a oportunidade de florescer no seu próprio ritmo e direção.
"Uma clínica em que tenho todo o prazer de fazer lá qualquer tipo de tratamento, pois, sei, que ao confiar no processo e no conhecimento da equipa que os resultados pretendidos iram ser atingidos. Grato por me fazerem sentir em casa, como uma verdadeira família."