CENTRO TERAPÊUTICO DE BENAVENTE

ASMA

A asma, uma condição crónica que inflama e diminui as vias respiratórias, afeta milhões de pessoas globalmente, manifesta-se através de episódios de sibilo, falta de ar, aperto no peito e tosse persistente. Embora a medicina convencional ofereça soluções paliativas, principalmente através de medicamentos e inaladores, a Medicina Chinesa (MTC) aborda a asma de uma forma holística e integrativa, considerando-a como um reflexo de desequilíbrios mais profundos no corpo. Esta perspectiva é não apenas refrescante mas também profundamente enraizada numa filosofia de saúde que procura harmonia e equilíbrio interno.

Na MTC, a asma é conhecida como “Xiao Chuan”, que significa “sibilo e falta de ar”, e é frequentemente interpretada como um problema dos órgãos Zang-Fu, mais especificamente do Pulmão, do Baço e dos Rins. O Pulmão é visto como a fonte primária do Qi, ou energia vital, e domina a respiração. O Baço auxilia na transformação dos alimentos em Qi nutritivo, sustentando assim os músculos respiratórios, enquanto os Rins fornecem o Qi ancestral que ajuda a ancorar o Qi do Pulmão. Qualquer desequilíbrio nestes órgãos pode levar a uma produção inadequada de Qi ou a uma estagnação dos fluidos corporais, manifestando-se através dos sintomas asmáticos.

Além dos desequilíbrios internos, a MTC também atribui grande importância aos fatores patogénicos externos como o frio, o calor, a humidade, a secura e o vento, bem como às emoções como a tristeza e a preocupação, que podem perturbar diretamente a função pulmonar. Essas influências externas e internas são vistas como perturbadoras para o fluxo harmonioso do Qi, levando a episódios de asma.

Para tratar a asma, a MTC recorre a uma combinação de técnicas, incluindo a acupuntura, a moxabustão, a fitoterapia, a Tui Na e o Qi Gong. Estas práticas visam fortalecer o Qi do Pulmão e remover as obstruções das vias respiratórias, mas também harmonizam a função dos órgãos internos, proporcionando um tratamento profundo e personalizado. A fitoterapia chinesa, em particular, é adaptada às necessidades individuais do paciente, tratando os desequilíbrios de dentro para fora.

Para complementar estas intervenções, são recomendadas várias mudanças no estilo de vida que podem ter um impacto positivo na gestão da asma. Evitar gatilhos ambientais, como o fumo do tabaco e poluentes, é crucial, assim como manter uma rotina regular de exercício físico de baixa intensidade, que melhora a capacidade respiratória sem exacerbar os sintomas. Uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e ácidos gordos ómega-3, ajuda a reduzir a inflamação sistémica e a fortalecer o sistema imunitário, enquanto a gestão do stress através de técnicas como a prática do Silêncio Interno, a meditação ou o Qi Gong, podem diminuir a frequência e a severidade dos ataques asmáticos.

Além disso, manter um peso saudável e garantir um sono reparador são fundamentais para o bem-estar geral e para a prevenção de infecções respiratórias que podem complicar a asma. A implementação de práticas de higiene rigorosas, como a lavagem frequente das mãos, também desempenham um papel crucial na minimização dos riscos associados à asma.

Em resumo, enquanto a medicina convencional concentra-se predominantemente no tratamento dos sintomas da asma, a Medicina Chinesa oferece uma abordagem mais holística, tratando os desequilíbrios subjacentes e promovendo uma saúde robusta. Ao integrar estas práticas milenares com mudanças de estilo de vida conscientes e saudáveis, os portadores de asma podem alcançar uma melhoria significativa na qualidade de vida e um controlo mais efetivo dos seus sintomas, abrindo assim caminho para uma vida mais plena e respirável.

Professor Nuno Nunes

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